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Por Que a Inveja é o Sentimento Mais Inútil do Mundo?

Atualizado: há 6 dias

A inveja é um daqueles sentimentos que todo mundo já experimentou em algum momento da vida, mas poucos têm coragem de admitir. Quem nunca olhou para alguém com mais dinheiro, sucesso ou beleza e sentiu aquele incômodo? Mas, antes de entrarmos no porquê de a inveja ser completamente inútil, vamos esclarecer um ponto fundamental: emoções e sentimentos não são a mesma coisa.


Gato com olhar invejoso

Emoções vs. Sentimentos: Qual a Diferença?


De acordo com a Psicologia da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), emoções são reações automáticas e instintivas a estímulos externos ou internos, enquanto sentimentos são interpretações subjetivas dessas emoções. Por exemplo, sentir raiva diante de uma injustiça é uma emoção primária, mas o que você faz com essa raiva e como a interpreta pode gerar sentimentos de frustração, revolta ou motivação para agir.


  • Alegria: Ajuda na socialização e reforça comportamentos positivos.

  • Medo: Protege de perigos e ajuda na sobrevivência.

  • Tristeza: Permite introspecção e ressignificação de eventos dolorosos.

  • Raiva: Pode ser útil para estabelecer limites e defender direitos.


Já a inveja? Bem, a inveja não tem nenhuma função adaptativa real. Vamos explorar o porquê disso.


Por Que Sentimos Inveja?


A inveja tem raiz na evolução. Para os nossos ancestrais, comparar-se aos outros podia significar a diferença entre sobreviver ou ser devorado por um predador. Quem possuía mais recursos tinha mais chances de passar seus genes adiante. Mas a diferença é que, naquela época, invejar a comida do vizinho significava lutar para conseguir a própria refeição. Hoje, significa roer as unhas vendo a viagem de alguém para Paris enquanto você segue em uma rotina que julga ser exaustiva e sem graça.


A Inveja é Como um Aplicativo que Consome Toda a sua Bateria

Se você já deixou um aplicativo rodando em segundo plano e viu sua bateria evaporar, então já sabe como a inveja funciona. Ela ocupa espaço mental, drena sua energia e, no fim, não te leva a lugar nenhum. Diferente da ambição, que pode ser um motor para o crescimento, a inveja é um buraco negro emocional que te suga e te deixa no mesmo lugar.


Inveja: Um Sentimento Sem Utilidade

A inveja é aquele bichinho invisível que sussurra no seu ouvido: “Por que ele tem isso e eu não?”. Diferente da admiração, que pode inspirar crescimento, a inveja paralisa e corrói. Ela foca no que o outro tem e não no que você pode conquistar. Ou seja, você perde tempo se comparando em vez de agir.


Se ainda não está convencido de que a inveja é o sentimento mais inútil do mundo, aqui estão alguns motivos:

1️⃣ Ela te faz sentir mal, mas não te dá nenhuma solução: Ao contrário da raiva, que pode impulsionar mudanças, ou do medo, que pode prevenir perigos, a inveja só gera frustração.


2️⃣ Ela rouba sua paz: Você pode estar bem até ver alguém conquistando algo e, de repente, seu dia vira um campo de batalha mental. O problema? O outro continua vivendo a vida dele e você fica preso no sofrimento.


3️⃣ Ela não muda sua realidade: Você pode gastar horas remoendo o sucesso alheio, mas isso não coloca um real na sua conta, não melhora sua aparência e não te torna mais competente.


4️⃣ Ela destrói relacionamentos: Pessoas invejosas se afastam ou até sabotam aqueles que poderiam ser aliados. Ao invés de aprender com quem está à frente, elas preferem criticar ou menosprezar.


5️⃣ Ela te coloca em uma competição imaginária: Muitas vezes, quem você inveja nem sabe que você existe. Enquanto você perde tempo se comparando, a outra pessoa continua crescendo.


O Que Fazer Para Se Livrar da Inveja?

Se a inveja já bateu na sua porta (e sejamos honestos, ela já bateu), a melhor maneira de combatê-la é transformá-la em algo útil:


Troque a inveja por inspiração. Se alguém tem algo que você deseja, use isso como motivação em vez de ressentimento. Pergunte-se: "O que posso aprender com essa pessoa?"


Autoconhecimento: Pergunte-se: “O que exatamente me incomoda nisso?” Muitas vezes, a inveja aponta para um desejo seu que está sendo ignorado.


Ação: Ao invés de lamentar o sucesso alheio, use-o como combustível. Se alguém conseguiu algo que você quer, descubra o que essa pessoa fez e trace um plano para chegar lá também.


Gratidão: Quando você foca no que tem, a vida parece mais abundante. Em vez de olhar para o que falta, valorize suas conquistas e potencialize seus pontos fortes.


Evite comparações tóxicas: A única comparação que realmente importa é entre quem você era ontem e quem você é hoje.


A inveja é uma perda de tempo. Ela não te faz crescer, não te protege e não melhora sua vida. Enquanto você se compara e se sente mal, outros estão agindo e conquistando. O melhor remédio para a inveja? Transformá-la em inspiração. Porque, no fim das contas, o sucesso do outro não diminui o seu – a menos que você escolha enxergar assim.


Referências Bibliográficas


BECK, Aaron T. Terapia Cognitiva: Teoria e Prática. Porto Alegre: Artmed, 1997.


BURNS, David D. Sentindo-se Bem: O Novo Tratamento da Depressão. São Paulo: Ediouro, 2000.


FESTINGER, Leon. A Teoria da Dissonância Cognitiva. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.


GOLDMAN, Alan. Envy and Jealousy in Classical Athens: A Socio-Psychological Approach. Oxford: Oxford University Press, 2003.


HAIDT, Jonathan. The Happiness Hypothesis: Finding Modern Truth in Ancient Wisdom. New York: Basic Books, 2006.

KNAPP, Paula. Manual de Terapia Cognitivo-Comportamental. São Paulo: Pearson, 2019.


YOUNG, Jeffrey E.; KLOSKO, Janet S.; WEISHARR, Marjorie E. Terapia do Esquema: Guia para clínicos e pacientes. Porto Alegre: Artmed, 2008.

 
 
 

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Jackson Ferreira

Psicologia e desenvolvimento pessoal
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