CIPA e SIPAT: Dependência Digital, Impactos da Tecnologia na Vida e no Bem-Estar
- unidadepsi
- 2 de mai.
- 3 min de leitura
📱 Você ainda controla seu celular — ou já é ele quem te controla?
A cena é comum: o despertador toca no celular. Ainda deitado, você desliza o dedo para checar as notificações. WhatsApp, e-mails, Instagram, LinkedIn, TikTok. Sem perceber, 30 minutos se passaram. Você já começa o dia acelerado, com o cérebro sobrecarregado por uma enxurrada de estímulos — antes mesmo de escovar os dentes.
E o pior: isso parece normal.
Mas… e se eu te dissesse que essa rotina, aparentemente inofensiva, está te deixando menos produtivo, mais ansioso, menos presente com sua família e mais propenso a adoecer emocionalmente?
Você pode estar vivendo no piloto automático digital — e nem se deu conta.

A hiperconexão como nova epidemia silenciosa
Nunca estivemos tão conectados. Mas nunca estivemos tão exaustos, desatentos e emocionalmente desnutridos.
A dependência digital não é mais um exagero teórico. É uma realidade psíquica, invisível, que vem esgotando nossos recursos mentais.
📊 Segundo estudo da Universidade de Harvard (2019), o uso excessivo de telas está diretamente associado ao aumento de sintomas como ansiedade, insônia, dificuldade de concentração e irritabilidade.
📱 Em média, brasileiros passam mais de 9 horas por dia em frente a telas, segundo relatório da We Are Social e Hootsuite (2023). E a maior parte desse tempo não está relacionada ao trabalho, mas ao consumo automático de redes sociais e entretenimento.
Impactos da Dependência Digital no trabalho e na saúde
No contexto da CIPA e da SIPAT, precisamos ampliar o conceito de "acidente" para algo mais silencioso, mas tão prejudicial quanto: a erosão da saúde mental causada pelo uso desregulado da tecnologia.
Quais são os sinais?
Irritabilidade frequente
Sensação constante de cansaço mental
Dificuldade para “desligar” mesmo fora do expediente
Redução da empatia e da escuta no ambiente de trabalho
Comprometimento do sono e da memória
Dores físicas (pescoço, olhos, cabeça) por uso prolongado de telas
E o pior: a produtividade não aumenta. A ilusão de estar "ligado o tempo todo" gera uma produtividade tóxica, onde o cérebro vive em estado de alerta — e o corpo começa a falhar.
O cérebro não foi feito para essa avalanche
Nosso cérebro evoluiu para lidar com estímulos naturais, interações humanas e pausas. A tecnologia, com seus algoritmos viciantes, sequestra os circuitos de dopamina — o neurotransmissor do prazer — nos mantendo num ciclo de compulsão:
Notificação ➝ Curiosidade ➝ Recompensa ➝ Ansiedade ➝ Nova notificação.
Essa lógica nos tira do presente. Estamos sempre onde não estamos: vendo a vida dos outros, respondendo mensagens, acumulando informações inúteis.
A consequência? Ausência afetiva, distanciamento interno e falta de propósito.
Estratégias para Reconectar com o Essencial
Não se trata de demonizar a tecnologia, mas de recuperar o controle sobre ela. Abaixo, algumas práticas que ajudam a reduzir a dependência digital e promover saúde emocional:
1. Faça um “check-in emocional” diário
Pergunte-se: “Como estou hoje? O que estou sentindo?”Esse simples ato ativa o córtex pré-frontal e reduz o comportamento impulsivo com o celular.
2. Estabeleça zonas e horários sem telas
Durante refeições, conversas importantes ou 30 minutos antes de dormir, desconecte-se.
3. Use aplicativos para limitar o uso de redes
Aplicativos como Forest, Freedom ou Digital Wellbeing ajudam a monitorar seu tempo de tela.
4. Pratique o “consumo consciente” de informação
Escolha o que vai ler, ver e ouvir. Não se alimente de ruído.
5. Substitua o automático por presença real
Troque 15 minutos de rolagem infinita por uma conversa com um colega, uma caminhada ou um momento de respiração profunda.
💬 Finalizando com uma provocação
Se hoje sua bateria acabasse, o que restaria de você?Quanto da sua atenção tem sido doada a coisas que não agregam nada ao seu bem-estar?A dependência digital não é apenas uma questão de vício: é uma crise de identidade e conexão.
Que a SIPAT seja também um chamado à reflexão.Que a CIPA seja um espaço de cuidado não apenas do físico, mas do psicológico e emocional.
Cuidar da saúde emocional no ambiente de trabalho também é prevenir acidentes — só que de outra ordem: acidentes da alma.
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Referências
GROSS, James J. Handbook of Emotion Regulation. 2. ed. New York: Guilford Press, 2014.
HARVARD UNIVERSITY. Digital Media and the Brain. Center on the Developing Child, 2019.
WE ARE SOCIAL; HOOTSUITE. Digital 2023: Global Overview Report. Disponível em: https://datareportal.com. Acesso em: 10 abr. 2025.
GREENFIELD, David N. Virtual Addiction: Help for Netheads, Cyberfreaks, and Those Who Love Them. Oakland: New Harbinger, 1999.
CARR, Nicholas. The Shallows: What the Internet Is Doing to Our Brains. New York: W. W. Norton & Company, 2011.
TURKLE, Sherry. Alone Together: Why We Expect More from Technology and Less from Each Other. New York: Basic Books, 2012.
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